sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Entrevista com Jordan Hall, co-criadora de Carmilla


StarryMag entrevistou a co-criadora de Carmilla, Jordan Hall que fala sobre a segunda temporada, como foi a decisão da perry como a reitora, etc
Confira a entrevista traduzida diretamente do site:

P: Como você se sentiu escrevendo essa temporada? Foi diferente da primeira temporada?

R: Foi e não foi. É interessante pensar sobre isso porque o processo foi praticamente o mesmo. Ellen [Simpson, editora da série e escritora da transmidia] e eu sentamos por chat da internet destacamos pontos da história, personagens e depois eu sentei e fiz a história. Depois, nós nos movemos para o chat online que Ellen fez e tentamos organiza-los para que combinassem um pouco melhor. Essa foi a minha primeira vez escrevendo uma continuação e em diversos modos eu estou orgulhosa dessa temporada. Nós nos arriscamos e eu acho que tivemos um ótimo trabalho na tela, mas eu também acho que aprendemos muito  sobre o que é sustentável e o que não é neste formato. Uma das melhores coisas sobre ter uma base de fãs engajados é que eles falam com você sobre o que está funcionando para eles e o que não está; temos um monte de informações sobre levar a uma terceira temporadas e se temos sorte o suficiente para obtermos uma.

P: Onde e o que fez você fazer a construção do conceito mais escuro com Perry como a Reitora? Isso foi uma parte original da série?

R: Porque eu sabia que nós iamos a lugarrs mais trágicos, eu botei um pouco de referências à Shakespeare. Se você voltar, há referencias no show. Nós estamos observando Romeo & Juliet, Antigone e Butch Cassidy and the Sundance Kid. Antigone era, na verdade grande referencia estrutural como Carmilla (Natasha Negovanlis ) com o custo de tentar fazer a diferença no mundo.  Houve problemas interessantes que surgiram com a forma de como narramos nossa intervenção. Então, a grande parte da segunda temporada é Laura (Elise Bauman) aprendendo as ideias dela do que significa ser uma heroína e, o que significa fazer a diferença talvez signifique mudar. Essas foram todas as pedras estruturais que foram ótimas para isso.

P: Da onde venho a ideia da Reitora e da Perry ser possuída?

R: Sempre teve uma sensação de que a Reitora iria retornar. Você não pode construir aquele vilão, a maior peça, e depois não voltar com isso. Ao mesmo tempo, era uma coisa que você não podia fazer imediatamente em termos de segunda temporada porque não dá o que aconteceu, o peso e a oportunidade de explorar o que o poder do vácuo se parece e como a bagunça se parece. A Reitora, em vários conceitos, está em controle de um monte de coisas e isso é uma dinâmica diferente. Essa temporada era para começar com Perry parecendo um pouco vitimizada e depois começar a ficar mais mais estranho então tem o empurrão no final. A ideia principal, aliás, ainda era sobre Carmilla e Laura, o que está acontecendo nessa relação e onde a mal comunicação começa.

P: Você disse que essa temporada era para ser mais obscura, isso foi parte da figura original?

R: Vamos ser honestas: a obscuridade estava de alguma forma sempre ali. Começou com um show onde uma vampira culta estava fazendo lavagem cerebral em garotas para servir de comida de peixe para o malvado semideus deles. É engraçado, mas também é escuro. Então, no original 100 episódios que planejamos ( e quando digo "planejamos", eu quero dizer esboçamos um arco ) tinha essa para Ato 2 e Ato 2 é sempre onde as coisas começam a se despedaçar. Quando você está vendo a primeira temporada, os personagens estão lidando com algo maior do que eles pensam e, de diferentes modos, eles tiveram muita sorte. Em algum momento, sorte tem que ir embora e os defeitos que estavam lá o tempo todo brilham, como a ingenuidade da Laura, apatia de Carmilla e inquietação de Danny. Eles tem que pagar os seus pedágios- se não de outro modo, como escritora, você está trapaceando.

P: Teve alguma ideia ou partes que não fizeram parte, que foram cortadas?

R: Tem sempre tanta coisa que acaba  no quarto dos cortes. Uma das coisas mais dificeis de ter um campus tão grande e tempo limitado na tela é que as coisas sempre são cortadas por vários motivos. Meu exemplo preferido da primeira temporada: depois da segunda viagem a biblioteca teve essa parte onde eles estava tipo: "Nós estamos indo para a biblioteca!" Depois, nós cortamos e depois tem Laura, Carmilla e LaFontaine (Kaitlyn Alexander) e eles estavam cobertos em algum tipo de goo - tipo Nova Iorque no fim de Ghostbusters. Laura diz: "Nós nunca vamos falar disso de novo." Não teve jeito nenhum com o tempo que tínhamos nós fazermos algo como isso. Geralmente, uma das coisas sobre o processo de rascunhar, escrever e reescrever é que as melhores ideias sobrevivem. As que não sobrevivem são fracas porque elas claramente não podiam cuidar delas mesmas.

P: O show é carregado de paralelos e prenúncios, foram colocados com intenção de nos dar algumas pistas?

R: Na maioria, os paralelos e prenúncios eram apenas paralelos e prenúncios. Mas ao mesmo tempo, tudo que vai no show vai por algum motivo. Quando você está olhando por algumas referencias, você as quer que tenham ressonância e peso, porque você está nesse pequeno formato. Você precisa das metáforas feitas e que as pessoas que você menciona para meio que se destacar e realizar significado que você não poderia planejar. Em geral, eu tento usar o que construímos na primeira temporada e do livro original também. Nós voltamos ao texto original para retirar Vordenberg (Ian D. Clark) e retirar Mattie (Sophia Walker). Até as estratégias da Reitora de interpretar a vítima, tipo como você invade um castelo? Como você consegue o que quer? Nós os pegamos do livro. Então, essas coisas como os traços dos personagens no começo nós tentamos o máximo possível ir para frente para que eles tenham coerência.

P: Como você e Ellen [Simpson] mantiveram as suas ideias balanceadas?

R: Nós giramos as coisas juntas. Você está em uma conversa e escreve tudo e depois tem a ideia de que as ideias boas vivem e que as ruins não. Você pode, de modo geral, como uma escritora, falar qual é mais forte. Ultimamente, a razão que eu sou creditada como co-criadora é porque eu faço as ligações. Se tem uma forte ligação para fazer, eu faço isso. Ellen oferece uma grande quantidade de apoio em termos de escrever as anotações. O processo é sobre fazer a primeira pausa, re-acessando e replanejando. É uma tarefa em grupo de decidir "isso deveria ficar aqui" e "isso deveria ficar ali". Em termos de trajetória de piadas, eu escrevi a temporada inteira e rascunhos inteiros, depois Ellen os lê e me dá uma resposta. Depois, tipicamente, é como o processo de escrita trabalha, eu vejo o que está funcionando e o que não está para mim. E depois com aquele resposta na minha mente, eu ajusto. Se Steph [Ouaknine, produtora de Carmilla] e o time tem preocupações na produção, eles me mandam uma resposta, comentários. É assim que chegamos ao lugar onde conseguimos fazer com que aconteça.

P: Foi sempre Danny quem ia morrer e a morte dela foi alguma maneira para fazer dela uma heroína depois da traição?

R: Eu sabia desde o tempo em que eu comecei a escrever Danny (Sharon Belle) no começo da primeira temporada que ela era uma ótima combinação em ser muito imprudente e querendo ser nobre demais. No mundo de Silas, isso significava que ela ia pegar algo muito grande para aguentar e ia leva-la a morte. Isso sempre foi algo que ia acontecer. Eu sei que Laura traiu completamente a confiança de Carmilla, mas quando ela pensa [objetivamente] sobre o que Danny está fazendo, se resume assim: Danny mata uma vampira quem, em retorno, está ameaçando matar muito mais pessoas. Eu entendo o porque as pessoas amam Mattie. Eu amo Mattie também, e eu a contruí para ser encantadora e atraente. Sophia fez um ótimo trabalho a trazendo pra vida! Com isso dito, ela também é uma assassina em massa psicopata que se expressa repetidamente que ela não teria nenhum problema em matar todos do campus. Então, eu penso que é perfeitamente justo as pessoas odiarem Danny por ter a matado. Em termos de importância para a narrativa, para mim, Danny morrendo não é sobre o custo do heroísmo. Em um mundo onde eles estão, literalmente desarmados, foi de quebrar o coração, de alguns modos, de ficar com ela no momento em que ela percebe que perdeu, e os últimos momentos dela serem ela convencendo Laura que valeu a pena e que ela está lutando enquanto ela está claramente muito assustada. Foi um momento incrível e doloroso para se explorar. Nesse tempo, é bem pior que isso porque morte não é uma das piores coisas que poderia acontecer com a Danny.

P: A transmídia teve uma papel muito importante nesta temporada e pareceu oferecer muitas informações não ditas na série, qual foi o pensamento por trás disto?

R: Uma colaboração com a Ellen é muito essencial porque ela faz um bom trabalho com a transmídia. Ellen escreve tudo aquilo e me coloca como estando atrasado. Eu acho que a mídia, de muitas maneiras, sim, expande a história, mas eu sinto como se estivesse fazendo o que sempre estive fazendo, que é construir o mundo lateralmente. A preparação na vertical, falando assim, realmente não permite a construção de um mundo porque são episódios curtis. Nós definitivamente pegamos Twitter e Tumblr como uma oportunidade para construir coisas as quais não tivemos tempo ou espaço para colocar nos episódios por eles mesmos. Você não precisa ser fã de Frankstein para entender que eles ressuscitaram JP. Você vê o efeito. Mas nós podemos escrever a cena e deixar com que a audiência faça o trabalho. O campo pode não ser totalmente necessário, mas eu gosto de ver o jeito de como enriquece o mundo da série. Essa é uma das coisas espetaculares sobre a Ellen!

P: O que você espera que os Creampuffs tirem da segunda temporada?

R: O que eu estou torcendo para eles terem tirado é esse pensamento que a verdadeira mudança e amor verdadeiro valem a pena lutar por eles, vale a pena a luta e vale a pena as ideia que você tem para sacrificar por eles, mesmo que você não ganhe no final. Também, que você não quer se meter com a Reitora porque ela é uma mulher assustadora, muito assustadora!

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Mil perdões se houver algum erro

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